sábado, 18 de outubro de 2014

Jogo de Viver

claro
ninguém irá resolver os meus problemas
eu nao os resolvo
e cada vez mais fico emaranhado
nesse jogo de viver
eu sei a gente se apega a tantas coisas
faz tantas artimanhas
ouve uma música
lembra um tempo
presta atenção em um determinado instrumento
tenta ler um livro
ser um parágrafo ao menos
ve u filme
tenta imaginar outras cenas
ah mas é claro e evidente
que nada pode mudar a gente
tolice achar que a política
a ordem vigente
vai conspirar ao nosso favor
besteira achar que uma imagem
poderá suprira nossa ausência de afetos
a vida é assim
uma solidão sem fim
às vezes assisto um seriado antigo
para extravasar tudo que eu sinto
para livrar-me dos pensamentos
auto punitivos
filmes de gangues
de gangsters
ternos de riscas de giz
a vida sempre por um triz
por uma rajada de balas
o barril repleto de orifícios
despejando lágrimas alcoolizadas
desperdícios
indícios pistas pestanas
ah uma hora a noite passa...

Carlos Roberto Gutierrez

Rabiscos, cigarro e vinho barato.

Eu gostava de séries, filmes românticos.
Mas sabia a merda que era assisti-los.
Eles induziam ou me faziam pensar em coisas que nunca aconteceriam
Finais felizes
Beijos lentos na chuva
Aquela cena clichê e linda de quando um casal cai um por cima do outro
Lábios com centímetros de distância
E um fundo musical bem lento pra foder mais a cena.
Eu gostava.
Mas não gostava.
Eu era o termo "paradoxal" em pessoa.
Era uma cena falsa de felicidade. Pessoas encenando algo que eu queria que fosse verdade.
Acho que a tpm ta me afetando.
Estou ficando carente a ponto de esperar que talvez uma cena de um filme ou uma capítulo de um livro melódico e romântico
Pudesse se tornar real na minha vida.
"Droga de tpm", pensava.

_ Amanda Bento
 
 

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