quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vladimir Maiakóviski

Um poema de Vladimir Maiakóviski

Um dia quem sabe
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente
tal como agora esta...
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que por certo, hão de ressucitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassara o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração
Então,
de todo o amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressucita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo cotidiano!
Ressucita-me
nem que seja só por isso!
Ressucita-me,
nem que seja só por isso!
Ressucita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!

"Para que o amor não seja mais escravo
de casamento
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada
não vos seja chorado, mendigado."

E que, ao primeiro apelo:
- Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver.
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo;
a mãe,
pelo menos a Terra.



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