a foto de Sofia Ribeiro.
...é como se eu combinasse com o espelho
para que ele não ficasse vermelho de pudor
ante ao rubor da minha nova face esperança
e compreendesse sem se turvar o realçar
de alguns traços que ficaram acanhados por tanto tempo
e que não achasse exagerado o vermelho carmim
parecendo uma fogueira inflamante em meus lábios
e que logo ao primeiro relance ele notasse
o meu rosto romance e normal considerasse
ainda inocente crente no amor as têmporas aveludadas
carregadas de rouge e sentisse que os meus olhos úmidos
não são produtos de mágoas e lágrimas
e sim respingos de borbulhas de uma recente champanha
....é como se o espelho memorizasse todos os meus traços
todas as minhas luzes e sombras e contornasse o rimel
ao nível de meu novo perfil e na beleza cristal me dilatasse
...é como se o espelho se soltasse estupefato da parede
e da própria moldura pelo impacto da minha nova postura
e desejasse me seguir quando o meu rosto não mais o procura
e deslocasse o mármore e desafiasse o aço inoxidável
para perceber todos os ângulos e percorrer todas as arestas
...é como se eu combinasse com o espelho que ele se embutisse
em algum farol de alguma limosine e tornasse mais claro
e mais rápido a rota para um encontro intencional
para que ele não ficasse vermelho de pudor
ante ao rubor da minha nova face esperança
e compreendesse sem se turvar o realçar
de alguns traços que ficaram acanhados por tanto tempo
e que não achasse exagerado o vermelho carmim
parecendo uma fogueira inflamante em meus lábios
e que logo ao primeiro relance ele notasse
o meu rosto romance e normal considerasse
ainda inocente crente no amor as têmporas aveludadas
carregadas de rouge e sentisse que os meus olhos úmidos
não são produtos de mágoas e lágrimas
e sim respingos de borbulhas de uma recente champanha
....é como se o espelho memorizasse todos os meus traços
todas as minhas luzes e sombras e contornasse o rimel
ao nível de meu novo perfil e na beleza cristal me dilatasse
...é como se o espelho se soltasse estupefato da parede
e da própria moldura pelo impacto da minha nova postura
e desejasse me seguir quando o meu rosto não mais o procura
e deslocasse o mármore e desafiasse o aço inoxidável
para perceber todos os ângulos e percorrer todas as arestas
...é como se eu combinasse com o espelho que ele se embutisse
em algum farol de alguma limosine e tornasse mais claro
e mais rápido a rota para um encontro intencional
C.R.G
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