segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Amor Expresso

a foto de Célia Musilli.
amor expresso
O amor escreve a encíclica do poente. Breve, inventa e incuti uma derrisão de palavras: eu te amo, para sempre, minha flor, eternidade. Our love is like wind. Discurso de rubricas de cigarro, pegadas de pequenos animais valentes. Amor, prazer da vida e jogo no cabaré da sorte. Banalidade erótica. Fenda. Fruta. Gruta dionisíaca. Bacante em transe rítmico, cortejo sinuoso, veias que se armam de libido até a glória da petit mort.
Amor, cristal em filamentos de caverna, estalactite do esgar masculino, a tara na cara, a língua em delírio ereto: vem, ai, fui. Até a conjugação quando se fecha a porta. E aí, quem se importa? Acabou-se o doce. Perder-se é o avesso de uma linha manuscrita no bilhete de um trem que não volta, meu bem, não volta.

(célia musilli)

foto: paul von borax
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário