sábado, 30 de novembro de 2013
Mulheres Modiglianas
mudam-se as faces
mudam-se os penteados
mudam-se as inclinações
os lados os focos as lentes
só não muda a alma feminina
aonde sempre germina o carisma
natural talismã
manhã materna
que não termina
e se opõe à cisma masculina
Só Modigliani conseguiu
retratar a mulher em todas virtudes
e desvarios
alongando suas faces e traços encantados
a mulher...a mulher...em qualquer circunstância
ângulo e estado
mãe irmã amada
amante melancólica
perdida triste calada
prosa rosa poesia pintada
só Modigliani
e seus olhos
sempre apaixonados
C.R.G
Chaplin
foto de Blog Chaplin.
Em
comemoração aos 100 anos do lançamento do primeiro filme de Charles
Chaplin (1914-2014), o artista porto-riquenho, Josean Ramos, exibe a
exposição "Simultâneas de Chaplin", até o dia 18 de dezembro de 2013, em
Porto Rico. http://wp.me/p4FSd-vt
Nudez Feminina
foto de Alex Howitt.
sinuoso
e insinuante
é o corpo feminino
a flor
que desestabiliza
o vaso
que tenta segurar
mas não a escraviza
a gata
que resgata
o pulo o arroubo
mesmo prostrada
em um canto da janela
como a nudez feminina
veste o masculino olhar
e insinuante
é o corpo feminino
a flor
que desestabiliza
o vaso
que tenta segurar
mas não a escraviza
a gata
que resgata
o pulo o arroubo
mesmo prostrada
em um canto da janela
como a nudez feminina
veste o masculino olhar
C.R.G
Especula...chão!
Especula...chão!
Especula
macula
degrada
a pátria amada
o solo nada gentil
e aos seus filhos hostil
sem reforma agrária
com inflação maquiada
infestada de ratos corruptos
o país está em baixa
haja caixa para esconder
tanta miséria e desgraça
o tempo passa...passa...
e tem gente ainda que acha graça
haja faixa...haja faixa...
nos comícios e nos estádios
para atrair turistas decentes
e promíscuos no "paraíso" Brasil
Especula...chão
a terra também vira um pastelão.
By Roberto Gutierrez
Especula
macula
degrada
a pátria amada
o solo nada gentil
e aos seus filhos hostil
sem reforma agrária
com inflação maquiada
infestada de ratos corruptos
o país está em baixa
haja caixa para esconder
tanta miséria e desgraça
o tempo passa...passa...
e tem gente ainda que acha graça
haja faixa...haja faixa...
nos comícios e nos estádios
para atrair turistas decentes
e promíscuos no "paraíso" Brasil
Especula...chão
a terra também vira um pastelão.
By Roberto Gutierrez
Exclama
foto de TonhOliveira Oliveira.
exclama
não reclama
chore
lave a alma
derrame
o que lhe devora
surpreenda-se
a si mesmo
junte os extremos
o sorriso e o lamento
seja o seu delírio
o seu colírio
ao mesmo tempo
tente
se reinvente
sempre
não reclama
chore
lave a alma
derrame
o que lhe devora
surpreenda-se
a si mesmo
junte os extremos
o sorriso e o lamento
seja o seu delírio
o seu colírio
ao mesmo tempo
tente
se reinvente
sempre
C.R.G
Caricatura Heiltr!
3º lugar na 1ª Bienal Internacional da Caricatura - Rio 2013
(está acontecendo no Rio de Janeiro, de Novembro 2013 a Março 2014)
3º lugar na 1ª Bienal Internacional da Caricatura - Rio 2013
(está acontecendo no Rio de Janeiro, de Novembro 2013 a Março 2014)
Odeio a realidade
a foto de Daniela Lima.
odeio a realidade
e assim bem adolescente
seguro trêmula a minha lente
a minha caneta esferográfica vermelha
não sei onde guardei o meu caderno
para guardar esses dispersos versos
então do alto do apartamento
miro o céu a praia
entre a selva de pedra
e espirro irreverente
o sangue da caneta
para derramar vândalos versos
na cara careta da realidade
tingir toda essa paisagem obsoleta
ser adolescente displicente
inocente e já tão sábia
nas asas de uma borboleta
ou no ensejo de um percevejo
no paletó negro
cascas de Kafka
e assim bem adolescente
seguro trêmula a minha lente
a minha caneta esferográfica vermelha
não sei onde guardei o meu caderno
para guardar esses dispersos versos
então do alto do apartamento
miro o céu a praia
entre a selva de pedra
e espirro irreverente
o sangue da caneta
para derramar vândalos versos
na cara careta da realidade
tingir toda essa paisagem obsoleta
ser adolescente displicente
inocente e já tão sábia
nas asas de uma borboleta
ou no ensejo de um percevejo
no paletó negro
cascas de Kafka
C.R.G
Odeio a realidade. Assim, bem adolescente.
SAMPA
foto de Poesia concreta.
"sampa" poema de LUIZ ROMERO, parte de sua produçaõ pode ser acessada no seguinte link:http://luizromero.hotglue.me/
KLAXON
foto de Cosac Naify.
Já está disponível na Loja Virtual a edição fac-similar da Klaxon, a lendária revista modernista que circulou de 1922 a 1923.
Os fascículos trazem as gravuras que eram incluídas nas revistas, como esta de Di Cavalcanti.
Saiba mais: http://bit.ly/1a8jgwP
Os fascículos trazem as gravuras que eram incluídas nas revistas, como esta de Di Cavalcanti.
Saiba mais: http://bit.ly/1a8jgwP
A LÍNGUA
A LÍNGUA
A LINGUAGEM
A VIAGEM DOS VOCÁBULOS
O CARNAL DICIONÁRIO
O SOM DA SOPA DE LETRAS
AS FRASES FEITAS
E IMPROVISADAS
VINDAS DE TUDO
OU DE NADA
A LÍNGUA
NÃO QUER FICAR SECA
A BOCA SENTE SEDE
ESPUMA DE RAIVA
QUANDO NADA É LÍQUIDO
NADA SALVA
NADA SALIVA
NÃO APETECE
NÃO DESCE
TRAVA NA GARGANTA
E ESPANTA OUTRAS PALAVRAS
A LÍNGUA
SE ENROLA
NA LINGUAGEM
PARA CABER EM SUA BAGAGEM
E NÃO SER LÍNGUA DE SOGRA
A LÍNGUA LOGRA
TOCAR A PALAVRA JOGA
E CONQUISTAR TODAS AS OUTRAS
C.R.G
A LINGUAGEM
A VIAGEM DOS VOCÁBULOS
O CARNAL DICIONÁRIO
O SOM DA SOPA DE LETRAS
AS FRASES FEITAS
E IMPROVISADAS
VINDAS DE TUDO
OU DE NADA
A LÍNGUA
NÃO QUER FICAR SECA
A BOCA SENTE SEDE
ESPUMA DE RAIVA
QUANDO NADA É LÍQUIDO
NADA SALVA
NADA SALIVA
NÃO APETECE
NÃO DESCE
TRAVA NA GARGANTA
E ESPANTA OUTRAS PALAVRAS
A LÍNGUA
SE ENROLA
NA LINGUAGEM
PARA CABER EM SUA BAGAGEM
E NÃO SER LÍNGUA DE SOGRA
A LÍNGUA LOGRA
TOCAR A PALAVRA JOGA
E CONQUISTAR TODAS AS OUTRAS
C.R.G
Cioran e os Silogismos da Amargura
foto de Isso Compensa.
“Só a flor decaída é verdadeira flor, disse um japonês. Estou tentado a falar o mesmo da civilização.”
E.M. Cioran
Bicicleta: Cioran em Nice, na Riviera Francesa, 1938.
Cioran e os Silogismos da Amargura em: http://ow.ly/r50iS
E.M. Cioran
Bicicleta: Cioran em Nice, na Riviera Francesa, 1938.
Cioran e os Silogismos da Amargura em: http://ow.ly/r50iS
TECE
TECE TECE TECE
OBEDECE OS SEUS DESÍGNIOS
A TEIA CRESCE
NÃO SE PARTE
RECRUDESCE
EM AÇO NYLON
QUALQUER ELEMENTO
QUE POSSA SER REDE
E SUPORTE O SEU PESO
OBEDECE OS SEUS DESÍGNIOS
A TEIA CRESCE
NÃO SE PARTE
RECRUDESCE
EM AÇO NYLON
QUALQUER ELEMENTO
QUE POSSA SER REDE
E SUPORTE O SEU PESO
C.R.G
Um Gato
a foto de Alex Howitt.
UM GATO
PERDIDO
FELINO
ISOLADO
NA ARQUIBANCADA
DE UM ESTÁDIO
QUE LEMBRA
TELHADO
UM GATO
AINDA NEGRO
NÃO PARDO
AGUDO
AFIADO
PROCURANDO
A CERCA
########
DO QUE PARECE
UM TECLADO
UM GATO
NO CENTRO
TABLADO
ASSUSTADO
INDECISO
EM ESCOLHER
QUAL LADO
PARA PULAR
EM OUTRO TELHADO
E INVENTAR
NOVOS MIADOS
PERDIDO
FELINO
ISOLADO
NA ARQUIBANCADA
DE UM ESTÁDIO
QUE LEMBRA
TELHADO
UM GATO
AINDA NEGRO
NÃO PARDO
AGUDO
AFIADO
PROCURANDO
A CERCA
########
DO QUE PARECE
UM TECLADO
UM GATO
NO CENTRO
TABLADO
ASSUSTADO
INDECISO
EM ESCOLHER
QUAL LADO
PARA PULAR
EM OUTRO TELHADO
E INVENTAR
NOVOS MIADOS
C.R.G
Linha Férrea
a foto de Nelson de Souza.
para não perder a foto
para não fugir a paisagem
para não perder o trem
e seguir viagem...
para não fugir a paisagem
para não perder o trem
e seguir viagem...
A LINHA FÉRREA
IMITA A VIDA
NENHUMA ROTA
É RETA...HÁ SEMPRE CURVAS
INTERCEPTAÇÕES
TODO DESVIO
É UM VAGÃO SEDUÇÃO
A LOCOMOTIVA
PARECE ALTIVA
MAS QUANDO UM VAGÃO A CATIVA
ELA PERDE A DIREÇÃO
O APITO MAIS QUE UM GRITO
É UMA LÁGRIMA SONORA
QUE EXPLORA CADA CÍLIO TRILHO
ATÉ ENCONTRAR A PÁLPEBRA PLATAFORMA
A LINHA FÉRREA
IMITA A VIDA
POR SI SÓ NÃO SE ESTABILIZA
NECESSITA DE SINALIZAÇÕES
NAS BIFURCAÇÕES
NOS TÚNEIS
PARA NÃO ESCAPAR
DOS OSSOS DORMENTES
E SEGUIR EM FRENTE
APITANDO CONTENTE
SEM MEDO
DE DESCARRILHAR
C.R.G
Ulisses
compartilhou a foto de Relógio D'Água.
«Ulisses»
é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a
quinta-feira de 16 de Junho de 1904, o mesmo em que Joyce conheceu Nora
Barnacle, a jovem que viria a ser sua mulher.
Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero.
Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza».
Depois de várias dificuldades editoriais, «Ulisses» seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce.
«Mais do que a obra de um só homem, "Ulisses" parece de muitas gerações (…). A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, «James Joyce», 1937]
«As grandes obras em prosa do século XX são, por esta ordem, o "Ulisses" de Joyce; "A Metamorfose" de Kafka; "Petersburgo" de Béli, e a primeira metade do conto de fadas "Em Busca do Tempo Perdido" de Proust.» [Vladimir Nabokov]
— Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero.
Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza».
Depois de várias dificuldades editoriais, «Ulisses» seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce.
«Mais do que a obra de um só homem, "Ulisses" parece de muitas gerações (…). A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, «James Joyce», 1937]
«As grandes obras em prosa do século XX são, por esta ordem, o "Ulisses" de Joyce; "A Metamorfose" de Kafka; "Petersburgo" de Béli, e a primeira metade do conto de fadas "Em Busca do Tempo Perdido" de Proust.» [Vladimir Nabokov]
Paris
Paris o que eu sempre quis
capital da cultura e da beleza
reduto das artes e sutilezas
Paris toda a fragrância da natureza
de sonhos e realidades
dos pintores impressionistas
olhos sempre artistas
dos seus poetas apaixonados
dos cineastas tão ousados
da moda que dita a moda
Coco Chanel Pierre Cardin
das polos Lacoste e tudo que a elegancia encoste
dos versos de Baudellaire
de Mallarmé dos dignos miseráveis de Victor Hugo
do existencialismo puro de Sartre
do ímpeto Bonaparte
do charme de Desirée
das bailarinas de Degas
dos lápis lindos Contés
da orgia Lautrec
dos lagos encantados de Monet
das aquarelas tropicais de Debret
dos jornais que não sujam as mãos
da diagramação requintada de Le Monde
e os seus artigos profundos
da Pleiade do papel bíblia
da editora Gallimard
do poder de conquista Delon
e Jean Paul Belmondo
do olhar Godard e Alan Resnais
da provocante Brigite Bardot
da fascinante Fanny Ardant
dos filmes noir
dos cafés e cabarés
do tabaco negro Gauloises
dos vinhos dos deuses
das champanhas sensuais
Paris que eu sempre quis
e talvez não a terei
mas não a esquecerei jamais
capital da cultura e da beleza
reduto das artes e sutilezas
Paris toda a fragrância da natureza
de sonhos e realidades
dos pintores impressionistas
olhos sempre artistas
dos seus poetas apaixonados
dos cineastas tão ousados
da moda que dita a moda
Coco Chanel Pierre Cardin
das polos Lacoste e tudo que a elegancia encoste
dos versos de Baudellaire
de Mallarmé dos dignos miseráveis de Victor Hugo
do existencialismo puro de Sartre
do ímpeto Bonaparte
do charme de Desirée
das bailarinas de Degas
dos lápis lindos Contés
da orgia Lautrec
dos lagos encantados de Monet
das aquarelas tropicais de Debret
dos jornais que não sujam as mãos
da diagramação requintada de Le Monde
e os seus artigos profundos
da Pleiade do papel bíblia
da editora Gallimard
do poder de conquista Delon
e Jean Paul Belmondo
do olhar Godard e Alan Resnais
da provocante Brigite Bardot
da fascinante Fanny Ardant
dos filmes noir
dos cafés e cabarés
do tabaco negro Gauloises
dos vinhos dos deuses
das champanhas sensuais
Paris que eu sempre quis
e talvez não a terei
mas não a esquecerei jamais
C.R.G
M&M
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
" A Cerejeira "
foto de Lucy Orquiza.
"A Cerejeira"
Tem esse poder
a cerejeira
de convergir
sobre ela
todas as belezas da natureza
e todos os frutos prestimosos
dos sentimentos
- a cereja é um coração redondo -
que se espalha e se multiplica
em galhos e lábios
o seu irresistível sabor fica
a cerejeira modifica a paisagem
e se identifica em cada promessa de amor
A cerejeira
traz desde a sua raiz
a paciência oriental
que a norteia
até o seu rosa florir
A cerejeira
tem essa delicadeza
essa brejeirice
esse ir e vir
até a rosa
consentir
violeta
Tem esse poder
a cerejeira
de convergir
sobre ela
todas as belezas da natureza
e todos os frutos prestimosos
dos sentimentos
- a cereja é um coração redondo -
que se espalha e se multiplica
em galhos e lábios
o seu irresistível sabor fica
a cerejeira modifica a paisagem
e se identifica em cada promessa de amor
A cerejeira
traz desde a sua raiz
a paciência oriental
que a norteia
até o seu rosa florir
A cerejeira
tem essa delicadeza
essa brejeirice
esse ir e vir
até a rosa
consentir
violeta
C.R.G
" A Cerejeira "
GIRASSOL
foto de Adriana Bello.
Seu rosto negro
carbonizado
de tanto sol
cercado pelos intactos
cabelos dourados
agora sob a tutela das minhas mãos
pudesse eu voltar ao tempo
levaria sem hesitação
essa flor catavento
solta sol
para Van Gogh
ficar mais inspirado
e aumentar a sua coleção
carbonizado
de tanto sol
cercado pelos intactos
cabelos dourados
agora sob a tutela das minhas mãos
pudesse eu voltar ao tempo
levaria sem hesitação
essa flor catavento
solta sol
para Van Gogh
ficar mais inspirado
e aumentar a sua coleção
C.R.G
Álvaro Lins
foto de Jornal Rascunho.
Espírito arguto e honesto guiou a crítica poética de Álvaro Lins, num momento decisivo na literatura brasileira: http://rascunho.gazetadopovo.com.br/a-militancia-de-lins/
Beatriz Milhazes
o álbum de Beatriz Milhazes.
Selection of Individual Works (22 fotos)
BEATRIZ MILHAZES
Gamboa, 2008
Iron and mixed media
27.6 in tall x 45.7 in diameter
Gamboa, 2008
Iron and mixed media
27.6 in tall x 45.7 in diameter
Férias
férias
quanto tempo eu a espero
férias de verdade
com direito
a viagens redes e paisagens
férias
para brincar
espairecer
esquecer
as coisas sérias
férias
para desenhar e revelar nas areias
os mais tórridos desejos
dentro ou fora dos castelos
vulneráveis
para ver brotar flores em biquines
para filtrar a luz do sol
em chapéus Panamá
para dourar a pele branca de medos
para sentir o gosto refrescante
do sorvete que congela em seus lábios
férias
para se renovar
para desnudar
para observar os pés
para caminhar
livremente
sem rastros
quanto tempo eu a espero
férias de verdade
com direito
a viagens redes e paisagens
férias
para brincar
espairecer
esquecer
as coisas sérias
férias
para desenhar e revelar nas areias
os mais tórridos desejos
dentro ou fora dos castelos
vulneráveis
para ver brotar flores em biquines
para filtrar a luz do sol
em chapéus Panamá
para dourar a pele branca de medos
para sentir o gosto refrescante
do sorvete que congela em seus lábios
férias
para se renovar
para desnudar
para observar os pés
para caminhar
livremente
sem rastros
C.R.G
poema em forma de desejo
Amilcar de Castro - ´O Traço Contemporâneo"
Amilcar de Castro ´O Traço Contemporâneo"
Ao
pesquisar a obra de Maura Lopes Cançado deparei-me com as ideias de
Almílcar de Castro, designer, escultor, arquiteto, responsável pela
grande reforma gráfica do Jornal do Brasil, nos anos 50. Fez parte do
movimento neoconcretista que considera
mais importante que o Modernismo de 22. Uma frase dele chamou-me a
atenção ao postular razão e emoção juntas , a organização das ideias com
inspiração, a relevância da subjetividade.
“A única coisa que realmente me preocupa é a sensibilidade, porque na arte ela é muito importante. Tudo bem construir, mas se construa, também e muito, com o coração. Esse, na minha opinião, é o caminho e essa é a minha preocupação.”
Segue uma de suas obras. Ele gostava de ser chamado sempre de escultor, não pintor. Figura importante das artes brasileiras.
“A única coisa que realmente me preocupa é a sensibilidade, porque na arte ela é muito importante. Tudo bem construir, mas se construa, também e muito, com o coração. Esse, na minha opinião, é o caminho e essa é a minha preocupação.”
Segue uma de suas obras. Ele gostava de ser chamado sempre de escultor, não pintor. Figura importante das artes brasileiras.
Imaginar Dualidade
foto de Sofia Ribeiro.
lado a lado
projetados
no tempo
graças
ao sonho
Lumière
duas crianças
uma mais crescida
que a outra
no silencio
compactuam
os seus sentimentos
viajam no tempo
na mesma carretilha
um poeta vagabundo
imune à ganância do mundo
junto com um garoto
que sem saber já faz poesia
e retém versos
em seus olhos ingênuos
como já foram inocentes os dias!
os chapéus são diferentes
as reações não são as mesmas
se para um é natural
para outro é surpresa
o tempo determina...
só quero daqui a algum tempo
abrir o meu próprio baú
e ver brilhar o pó poesia
os calçados são diferentes
um menor outro maior
um mais leve outro já tao pesado
o tempo passa
e a gente arrasta
cada vez mais pedras
essas ficam...
as pétalas o vento leva
só perfuma a saudade
projetados
no tempo
graças
ao sonho
Lumière
duas crianças
uma mais crescida
que a outra
no silencio
compactuam
os seus sentimentos
viajam no tempo
na mesma carretilha
um poeta vagabundo
imune à ganância do mundo
junto com um garoto
que sem saber já faz poesia
e retém versos
em seus olhos ingênuos
como já foram inocentes os dias!
os chapéus são diferentes
as reações não são as mesmas
se para um é natural
para outro é surpresa
o tempo determina...
só quero daqui a algum tempo
abrir o meu próprio baú
e ver brilhar o pó poesia
os calçados são diferentes
um menor outro maior
um mais leve outro já tao pesado
o tempo passa
e a gente arrasta
cada vez mais pedras
essas ficam...
as pétalas o vento leva
só perfuma a saudade
C.R.G
'Imaginar dualidade'
Peça/2011
Peça/2011
VANGUARDA
SALVE A VANGUARDA
A RETAGUARDA
QUE RESGUARDA
A SUA CRIATIVIDADE
A RETAGUARDA
QUE RESGUARDA
A SUA CRIATIVIDADE
Manifestos em novo livro
Proclama-se, a toda hora, o “fim” e a “derrota” das vanguardas; fim do surrealismo (que sempre se recusou a ser confinado como vanguarda); fim da beat, fim da contracultura, derrota das rebeliões juvenis. Como isso é reacionário. (Claudio Willer, Um quarto manifesto, 2010)
Claudio Willer lança no dia 4 de dezembro o livro Manifestos, pela Azougue Editorial. A publicação reúne manifestos que integraram três livros seus de poesia – Anotações para um Apocalipse, Dias Circulares e Jardins da Provocação, todos publicados por Massao Ohno e que agora ganham um volume autônomo. O trecho que postei ali em cima é de um manifesto inédito tb incorporado ao livro.
Lançamento será em 04 de dezembro, quarta feira, das 19 às 21:30 h. Na Biblioteca Alceu Amoroso Lima da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, à Rua Henrique Schaumann 777, em Pinheiros.
...
Segue tb o vídeo da palestra sobre Literatura e Drogas que o Willer fez no auditório da Escola de Enfermagem da USP, em agosto, e que tive o prazer de assistir. Ele reúne muitas informações sobre o assunto: de Thomas Quincey e os poetas do lago, passando por Baudelaire até a Literatura Beat. Palestra foi dedicada ao músico Alberto Marsicano Rodrigues.
Fim de semana vem aí, aproveitem para ver tudo:
http://coletivodar.org/2013/11/drogas-e-literatura-videos-de-palestra-da-claudio-willer/
Proclama-se, a toda hora, o “fim” e a “derrota” das vanguardas; fim do surrealismo (que sempre se recusou a ser confinado como vanguarda); fim da beat, fim da contracultura, derrota das rebeliões juvenis. Como isso é reacionário. (Claudio Willer, Um quarto manifesto, 2010)
Claudio Willer lança no dia 4 de dezembro o livro Manifestos, pela Azougue Editorial. A publicação reúne manifestos que integraram três livros seus de poesia – Anotações para um Apocalipse, Dias Circulares e Jardins da Provocação, todos publicados por Massao Ohno e que agora ganham um volume autônomo. O trecho que postei ali em cima é de um manifesto inédito tb incorporado ao livro.
Lançamento será em 04 de dezembro, quarta feira, das 19 às 21:30 h. Na Biblioteca Alceu Amoroso Lima da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, à Rua Henrique Schaumann 777, em Pinheiros.
...
Segue tb o vídeo da palestra sobre Literatura e Drogas que o Willer fez no auditório da Escola de Enfermagem da USP, em agosto, e que tive o prazer de assistir. Ele reúne muitas informações sobre o assunto: de Thomas Quincey e os poetas do lago, passando por Baudelaire até a Literatura Beat. Palestra foi dedicada ao músico Alberto Marsicano Rodrigues.
Fim de semana vem aí, aproveitem para ver tudo:
http://coletivodar.org/2013/11/drogas-e-literatura-videos-de-palestra-da-claudio-willer/
Entre Tintas e Linhas
foto de Sofia Ribeiro.
entre tintas e linhas
costuram-se imagens e versos
o pintor dispõe das cores
faz da paleta o seu particular universo
o poeta se dispersa em tantas palavras
e da lavra de letras se infiltra
como invisível tinta
costuram-se imagens e versos
o pintor dispõe das cores
faz da paleta o seu particular universo
o poeta se dispersa em tantas palavras
e da lavra de letras se infiltra
como invisível tinta
C.R.G
'Nós e os poetas'
Peça/2011
Peça/2011
Memórias Digitais
a foto de Lucy Orquiza.
AROS
CÍRCULOS
POLEGARES
CARIMBOS
LIMBOS
PÉTALAS
POLEM
MÓBILES
ENGRENAGENS
ÍNTIMOS MURAIS
IMPRESSÕES DIGITAIS
SOBREPOSTOS
EXPOSTOS
OU PROCURANDO
O DEVIDO LUGAR
UM MURAL PLURAL
UM DESPERTAR SINGULAR
CÍRCULOS
POLEGARES
CARIMBOS
LIMBOS
PÉTALAS
POLEM
MÓBILES
ENGRENAGENS
ÍNTIMOS MURAIS
IMPRESSÕES DIGITAIS
SOBREPOSTOS
EXPOSTOS
OU PROCURANDO
O DEVIDO LUGAR
UM MURAL PLURAL
UM DESPERTAR SINGULAR
C.R.G
Memórias digitais n1.
Não Force
Não force
não se esforce
o que retorce
distorce
não force
não se contorce
viver
é mais ser
do que posse.
não se esforce
o que retorce
distorce
não force
não se contorce
viver
é mais ser
do que posse.
MARIPOSA
a foto de Beatriz Milhazes.
MARIPOSA
madrugada
madrepérola
enquanto houver
alguma luz
vela espera
a mariposa
esposa
ou amante
de algum facho de luz
prospera
em repartidas esferas
circula
cria atmosferas
entre flores
cores
arabescos
volteia
alva azul vermelha
verde violeta
permeia
o ambiente
volátil sereia
a mariposa
ousa
se pousa
sabe
que tudo será breu
o voo que não cabe
o seu recolher
adeus
madrugada
madrepérola
enquanto houver
alguma luz
vela espera
a mariposa
esposa
ou amante
de algum facho de luz
prospera
em repartidas esferas
circula
cria atmosferas
entre flores
cores
arabescos
volteia
alva azul vermelha
verde violeta
permeia
o ambiente
volátil sereia
a mariposa
ousa
se pousa
sabe
que tudo será breu
o voo que não cabe
o seu recolher
adeus
C.R.G
BEATRIZ MILHAZES
Mariposa, 2004
Acrylic on canvas
98 X 98 inches
Mariposa, 2004
Acrylic on canvas
98 X 98 inches
Amor Expresso
a foto de Célia Musilli.
amor expresso
O
amor escreve a encíclica do poente. Breve, inventa e incuti uma
derrisão de palavras: eu te amo, para sempre, minha flor, eternidade.
Our love is like wind. Discurso de rubricas de cigarro, pegadas de
pequenos animais valentes. Amor, prazer
da vida e jogo no cabaré da sorte. Banalidade erótica. Fenda. Fruta.
Gruta dionisíaca. Bacante em transe rítmico, cortejo sinuoso, veias que
se armam de libido até a glória da petit mort.
Amor, cristal em filamentos de caverna, estalactite do esgar masculino, a tara na cara, a língua em delírio ereto: vem, ai, fui. Até a conjugação quando se fecha a porta. E aí, quem se importa? Acabou-se o doce. Perder-se é o avesso de uma linha manuscrita no bilhete de um trem que não volta, meu bem, não volta.
(célia musilli)
foto: paul von borax
Amor, cristal em filamentos de caverna, estalactite do esgar masculino, a tara na cara, a língua em delírio ereto: vem, ai, fui. Até a conjugação quando se fecha a porta. E aí, quem se importa? Acabou-se o doce. Perder-se é o avesso de uma linha manuscrita no bilhete de um trem que não volta, meu bem, não volta.
(célia musilli)
foto: paul von borax
Caixa de Pandora
foto de Lucy Orquiza.
"Caixa de Pandora"
fechada explora
toda a curiosidade
um túnel que não finda
um novelo
que estica
e cansa
qualquer linha
aberta
devora
os seus olhos
sequencia
afixia o espaço
fixa mas ilude
modifica
a amplitude
fechada explora
toda a curiosidade
um túnel que não finda
um novelo
que estica
e cansa
qualquer linha
aberta
devora
os seus olhos
sequencia
afixia o espaço
fixa mas ilude
modifica
a amplitude
C.R.G
" Caixa de Pandora "
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
MUROS
a foto de Igor Marques.
muros
para que servem os muros
para proteger ou para impedir
muros para definir fronteiras
preservar patrimônios
esconder riquezas
muros
para pulos
trapaças e devassas
muros
para gravar protestos
frases de amor
e desconexas
muros
puros recentes
não pichados
muros nus
ou já carregados
de lembranças
tranças de galhos
musgos
arames contorcidos
vagalumes
formigas
e outros insetos distraídos
para que servem os muros
para separar casas e atpe paises
muros
raízes concretas
muros
e alguns furos
de balas ou de frágeis massas
tijolos fraturados
por vândalos calçados
para que servem os muros
para nos lembrar
que há sempre em tudo
o outro lado...
desconhecido
para que servem os muros
para proteger ou para impedir
muros para definir fronteiras
preservar patrimônios
esconder riquezas
muros
para pulos
trapaças e devassas
muros
para gravar protestos
frases de amor
e desconexas
muros
puros recentes
não pichados
muros nus
ou já carregados
de lembranças
tranças de galhos
musgos
arames contorcidos
vagalumes
formigas
e outros insetos distraídos
para que servem os muros
para separar casas e atpe paises
muros
raízes concretas
muros
e alguns furos
de balas ou de frágeis massas
tijolos fraturados
por vândalos calçados
para que servem os muros
para nos lembrar
que há sempre em tudo
o outro lado...
desconhecido
C.R.G
"do registro diário de visões e miragens" (vinte)
vi ruirem dois muros / um em israel / lamentavam-se rabinos / na fronteira vi cair outro muro / celebravam palestinos
(ikm)
And the walls came down / All the way to hell / Never saw them w...Ver mais
vi ruirem dois muros / um em israel / lamentavam-se rabinos / na fronteira vi cair outro muro / celebravam palestinos
(ikm)
And the walls came down / All the way to hell / Never saw them w...Ver mais
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